Categorias
Pensamentos

Prova de Vida

Pois é, ainda estou vivo

Aqueles idosos aposentados, ou para amenizar o termo, aqueles de uma safra especial,  já devem  ter passado pela experiência de provar que estão vivos. Sim, o fato de continuarem respirando e apreciando as belezas da vida, recolhendo  seus impostos e, principalmente, quitando todo o mês o nada simpático boleto do plano de saúde, são obrigados a provar que ainda pertencem ao mundo dos vivos.

Os idosos mais ágeis – sim, eles existem – e posso me incluir neste segmento, a tarefa, mesmo enfadonha, não causa tantos transtornos. O próprio acesso a conta bancária onde é depositada a contribuição previdenciária permite efetuar o reconhecimento de sua existência.

O transtorno começa a se acentuar quando o idoso está impossibilitado de locomoção. É constrangedor ver os nossos velhinhos comparecerem a agência bancária para cumprir tal obrigação.

Recentemente testemunhei uma idosa cadeirante chegando a agência bancária em um taxi especial. Primeira dificuldade foi encontrar vaga para estacionar. A vaga reservada aos cadeirantes estava ocupada e o veículo não tinha indicação que o permitisse estacionar ali.

Por mais boa vontade dos atendentes, é deveras dificultoso para o idoso cumprir esta exigência. Alguém pode sugerir: faça procuração. Aqui começa outra burocracia. Nem sempre o idoso que outorga os direitos tem condições de assinar e isso dificulta a emissão do documento, além de haver despesas de cartório, cadastro no Instituto previdenciário, registro no banco, etc. Sem contar que anualmente esse processo necessita ser renovado.

No mundo avançado da tecnologia seria algo lógico que houvesse (não sei se há) um sistema que ligasse os óbitos registrados em cartório com os cadastros do INSS. Tudo seria resolvido em poucos dias. O instituto efetuaria a baixa e o benefício seria desconsiderado automaticamente. A não ser que ainda fosse necessário o “comparecimento” do envolvido para informar o seu óbito.