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O dia que o Gerdi voou

17 de junho de 1970, uma quarta-feira, semifinal da copa de mundo entre Brasil e Uruguai. No hall superior do sobrado da Rua Ester um grupo de torcedores esperançosos esperava freneticamente por uma vitória da equipe canarinha. Um dos mais vibrantes era o saudoso vô Arnaldo.

O Brasil começou perdendo, mas não arrefeceu o ânimo e a esperança daqueles torcedores ávidos por uma virada no placar.

Todos acomodados no sofá com os olhos fixos na TV. Gerdi, na época com três anos era o menorzinho e como não havia lugar para ele no sofá, acomodou-se tranquilamente no colo do pai Arnaldo.

Para quem se recorda, e nestes dias de isolamento o jogo foi reprisado na TV, o Brasil conseguia a duras penas virar o jogo e no minuto final após uma inteligente deixadinha do Pelé, Rivelino com a sua canhota chamada de patada atômica, acertou um petardo balançando as redes uruguaias e selando a vitória por 3×1.

A alegria foi tamanha e todos que estavam no sofá levantaram-se aos gritos de exaltação, e o pequeno Gerdi também, mas de uma forma peculiar. Estando no colo do pai e este ao se levantar esqueceu do filho no colo e até hoje está na minha memória o Gerdi voando em direção ao teto. Felizmente, com o auxílio dos torcedores inflamados foi possível resgatá-lo ileso e sem maiores complicações.

Bons tempos que nos fazem voltar a um passado relembrando o saudoso vô Arnaldo e gratidão pelo Gerdi que ainda hoje tem vontade de voar.