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We are the world

A canção título destas linhas foi lançada no início de 1985. Quem não se recorda, os recursos da internet possibilitarão uma rápida lembrança da gravação que atingiu a marca de 7 milhões de cópias só nos Estados Unidos. E era lá que eu estava atendendo programa de treinamento patrocinado pela empresa onde trabalhava. Longe do carinho da família, dedicava o tempo quase integralmente a cumprir a obrigação profissional. Nas poucas horas de folga e momentos de lazer, um dos passatempos era curtir música e escrever algumas memórias.

Nesses episódios era comum ouvir a canção mencionada que começava a dominar o mercado mundial da música. Ao ouvir os acordes melodiosos, a nossa lembrança, inevitavelmente, era conduzida para a família que estava longe, mas cada vez mais perto do coração. A sensação de ausência compensava-se pela beleza da mensagem, cujo refrão “we are the world, we are the children, we are the ones who make a brighter day” traduzia o sentimento latente naqueles momentos de isolamento. Nós e as crianças que deixam o dia mais brilhante estavam distantes. A saudade aumentava e a necessidade de reaproximação era cada vez mais sentida.

Em um salto de 35 anos nos encontramos numa situação parecida. O isolamento agora é por outro motivo. Porém, a saudade e a carência do carinho pessoal têm o mesmo significado. A expectativa é que cheguemos em breve a restituir os contatos familiares e encontros com os amigos de longa data.

Quando isso ocorrer não vejo a hora de ouvir “We are the World” junto com os mais queridos, e não solitariamente como há 35 anos.